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Ensinamentos Essenciais

O que é Ocultismo?
Ocultismo (ou ciência oculta) é um conjunto de teorias e práticas cujo objetivo seria desvendar os segredos da natureza e do Homem, procurando descobrir seu aspecto espiritual e superior. Ele trata do que está além da esfera do conhecimento empírico, o que é secreto ou escondido. O ocultismo está relacionado aos fenômenos supostamente sobrenaturais. Ocultismo é um conjunto vasto, um corpo de doutrinas supostamente proveniente de uma tradição primordial que se encontraria na origem de todas as religiões e de todas as filosofias, mesmo as que, aparentemente, dele parecem afastar-se ou contradizê-lo.O Homem aqui retratado seria um supostamente completo e arquetípico, composto não apenas de corpo, mas também de emoção, razão e alma (como divide a cabala).Segundo algumas tradições ocultistas as religiões do mundo teriam sido inspiradas por uma única fonte sobre-natural. Portanto, ao estudar essa fonte chegar-se-ía a religião original.Muitas vezes um ocultista é referenciado como um mago. Alguns acreditam que estes antigos Magos já conheciam a maior parte das descobertas da ciência, tornando estas descobertas meros achados.
Definição e escopo
Na ciência oculta, a palavra oculto refere-se a um "conhecimento escondido" ou "conhecimento secreto", em oposição ao "conhecimento visível" ou "conhecimento mensurável" que é associado à ciência convencional.
Para as pessoas que seguem aprofundando seus estudos pessoais de filosofia ocultista, o conhecimento escondido ou oculto é algo comum e compreensivel em seus símbolos, significados e significantes. Este mesmo conhecimento "não revelado" ou "oculto" é assim designado, por estar em desuso ou permanecer no index das culturas atualmente, mas originalmente no século XIX era usado por ter sido uma tradição que teria se mantido ocultada da perseguição da Igreja, e da sociedade e por isso mesmo não pode ser percebido pela maioria das pessoas.
Mesmo que muitos dos símbolos do ocultismo, estejam sendo utilizados normalmente e façam parte da linguagem verbal ou escrita (p.e. a palavra abracadabra seria uma palavra de poder), permanecem assim, oculto o seu significado e seu verdadeiro sentido. Desta maneira, tudo aquilo que se chama de "ocultismo" seria uma sabedoria intocada, que poucas pessoas chegam a tomar conhecimento, pois está além (ou aquém) da visão objetiva da maioria, ou de seu interesse.
O ocultismo sempre foi concebido desde o início, como um saber acessível apenas a pessoas iniciadas (ou seja, para aquelas que passaram por uma "iniciação"; uma inserção num grupo separado do comum e do popular; ou mesmo uma espécie de batismo, onde as pessoas seriam escolhidas, então guiadas e orientadas a iniciar numa nova forma de compreender e pensar o já se conhece, supostamente transcendendo-o).
Contudo, sempre houve curiosos de várias época, que foram capazes de especular à respeito do Ocultismo, sem que este conhecimento se tornasse algo comum em suas vidas. Embora o Ocultismo sempre exigisse da pessoa que o estudava, uma posiçao e atitude pessoal diversa daquela que a maioria das pessoas assumia. Por isso mesmo, que os estudiosos desta filosofia não eram bem vistos (acusados de pagãos, bruxos(as), místicos, loucos, rebeldes), sendo excluídos, perseguidos e condenados.
Com certeza eram em sua maioria, muito mal compreendidos. O ocultismo tem como escopo de estudo o que seriam energias e forças psíquicas, suas fontes e seus efeitos, assim como os seus canais de atuação e seus efeitos produzidos na consciência do Homem. Segundo os ocultistas a ciência oculta estuda, ao contrário da ciência tradicional, a natureza em sua totalidade, assim como as relações entre a natureza e o Homem. Principalmente por professar uma dimensão espiritual, ou sobre-natural, algo que nunca foi empiricamente demonstrado e por tanto não reconhecido pela ciência.
Do ponto de vista de quem o professa a percepção do oculto consiste, não em acessar fatos concretos e mensuráveis, mas trabalhar com a mente "transcendendo-se" e o espírito. Ocultismo assim supostamente refere-se ao treinamento mental, psicológico e espiritual que permite um "despertar" de certas faculdades ocultas, ou, na visão da ciência tradicional, algum tipo de ilusão ou hipnose auto-induzida.
Origens, influências e tradições
O ocultismo está relacionado com o misticismo e o esoterismo e tem influências das religiões orientais (principalmente Yoga, Hinduísmo, Budismo, e Taoísmo).O ocultismo teria suas origens em tradições antigas, particularmente o hermetismo no antigo Egito, e envolve aspectos como magia, alquimia, e cabala.
História recente
As raízes mais antigas conhecidas do ocultismo são os mistérios do antigo Egito, relacionados com o deus Hermes ou Thoth. Por isto, frequentemente o ocultismo é referido como hermetismo.Na Idade Média, principalmente na Península Ibérica devido a presença de muçulmanos e judeus, floresceu a alquimia, ciência relacionada com a manipulação dos metais, que segundo alguns, seria na verdade uma metáfora para um processo mágico de desenvolvimento espiritual. Tanto a alquimia quanto o ocultismo receberam influência da cabala judaica, um movimento místico e esotérico pertencente ao judaísmo.Alguns destes ocultistas medievais acabaram sendo mortos na fogueira pela Inquisição da Igreja Católica, acusados de serem bruxos e terem feito pacto com o diabo.
O ocultismo ressurgiu no século XIX com os trabalhos de Eliphas Levi, Helena Petrovna Blavatsky, Papus e outros. Mas trabalhos relacionados a cabala relacionados durante toda Idade Média. E de alquimia na Baixa Idade Média.









 Iniciação e ritos de passagem
Por Jan Duarte
Em todas as sociedades primitivas, determinados momentos na vida de seus membros eram marcados por cerimônias especiais, conhecidas como ritos de iniciação ou ritos de passagem. Essas cerimônias, mais do que representarem uma transição particular para o indivíduo, representavam igualmente a sua progressiva aceitação e participação na sociedade na qual estava inserido, tendo portanto tanto o cunho individual quanto o coletivo.
Geralmente, a primeira dessas cerimônias era praticada dentro do próprio ambiente familiar, logo em seguida ao nascimento. Nesse rito, o recém-nascido era apresentado aos seus antecedentes diretos, e era reconhecido como sendo parte da linhagem ancestral. Seu nome, previamente escolhido, era então pronunciado para ele pela primeira vez, de forma solene.
Alguns anos mais tarde, ao atingir a puberdade, o jovem passava por outra cerimônia. Para as mulheres, isso se dava geralmente no momento da primeira menstruação, marcando o fato que, entrando no seu período fértil, estava apta a preparar-se para o casamento. Para os rapazes, essa cerimônia geralmente se dava no momento em que ele fazia a caça e o abate do primeiro animal. Ligadas, portanto, ao derramamento de sangue, essas cerimônias significavam a integração daquela pessoa como membro produtivo da tribo: ao derramar sangue para a preservação da comunidade (pela procriação ou pela alimentação), ela estava simbolicamente misturando o seu próprio sangue ao sangue do seu clã.
Variadas cerimônias marcavam, ainda, a idade adulta. Entre os nativos norte-americanos, algumas tribos praticavam um rito onde a pele do peito dos jovens guerreiros era trespassada por espetos e repuxada por cordas. A dor e o sangue derramado eram, dessa forma, considerados como uma retribuição à Terra das dádivas que a tribo recebera até ali.
Outras cerimônias seguiam-se, ao longo da vida. O casamento era uma delas, e os ritos fúnebres eram considerados como a última transição, aquela que propiciava a entrada no reino dos mortos e garantia o retorno futuro ao mundo dos vivos.
Todas essas cerimônias, no entanto, marcavam pontos de desprendimento. Velhas atitudes eram abandonadas e novas deviam ser aceitas. A convivência com algumas pessoas devia ser deixada para trás e novas pessoas passavam a constituir o grupo de relacionamento direto. Muitas vezes, a cada uma dessas cerimônias, a pessoa trocava de nome, representando que aquela identidade que assumira até então, não mais existia - ela era uma nova pessoa.
Nos tempos atuais e nas sociedades modernas, muitos desses ritos subsistiram, embora muitos deles esvaziados do seu conteúdo simbólico. Batismo e festas de aniversário de 15 anos, por exemplo, são resquícios desse tipo de cerimônia, que hoje representam muito mais um compromisso social do que a marcação do início de uma nova fase na vida do indivíduo.
No entanto, a troca do símbolo pela ostentação pura e simples, acaba criando a desestruturação do padrão social. Tomando o batizado cristão como exemplo, poderia-se perguntar quantas pessoas que batizam os seus filhos são, realmente, cristãs. Quantas pretendem realmente cumprir a promessa solene, feita em frente ao seu sacerdote, de manter a criança na fé dos seus antepassados? Obviamente, nas sociedades primitivas, tais promessas eram obrigações indiscutíveis e sagradas. Rompê-las era colocar em risco a própria sobrevivência da tribo como unidade coerente, o que não era, ao menos, cogitável.
A Iniciação dos Xamãs e Heróis
Ao lado dos ritos que abordamos, de certa forma institucionalizados e regulados pela família e pela sociedade, haviam outros ritos específicos, que poderiam configurar uma categoria distinta de passagem ou iniciação. Embora pudessem acontecer depois de alguma preparação, era comum que esses ritos ocorressem espontâneamente, a partir de uma casualidade que era então tida como propiciada pelos deuses. Estes eram os ritos de iniciação dos xamãs ou dos heróis.
Muitas pessoas, após passarem incólumes por algum tipo de experiência traumática, que poderia ter provocado a sua morte, eram consideradas como pertencendo a uma classe especial. Estados semicomatosos induzidos por doenças, picada de animais peçonhentos, etc, eram normalmente considerados como modificadores da pessoa, que retornaria desses estados possuindo uma nova e mais clara visão do mundo. Essas pessoas, geralmente, eram alçadas à condição de xamãs pela tribo.
Por um outro lado, o contrário também poderia acontecer: dentro do processo normal de treinamento de um xamã, chegava-se a um ponto em que determinadas provas deveriam ser enfrentadas, para que o treinando comprovasse a sua capacidade de enfrentar seus medos e seus próprios limites físicos e mentais. Isolamento, frio, fome, às vezes extremos, eram utilizados nesse sentido.
A idéia aqui, portanto, não era a de rito de passagem simplesmente como transição de um período para outro da vida, mas também como de um estado de consciência para outro. Ou seja: essa forma de rito não depreendia uma idade ou ocasião específica, e nem ao menos uma cerimônia específica. Poderia acontecer a qualquer momento da vida, por acaso ou por escolha própria, e tinha um cunho de transformação de personalidade mais profundo, geralmente associado a uma missão a cumprir, após a iniciação.
O caráter de morte e renascimento nesses ritos era profundamente marcado. Vê-se tal caráter em diversas lendas de heróis mitológicos, como, por exemplo, no mito egípcio de Osíris, que possui todas as características associadas ao processo das iniciações míticas.
Osíris era uma divindade civilizadora - a ele era atribuída a invenção da escrita e o desenvolvimento da agricultura. No mito, seu corpo é despedaçado e espalhado por todo o Egito; em seguida sua esposa Ísis empreende uma longa busca pelos seus pedaços, e reúne-os para que ele gere com ela seu filho Hórus, que irá prosseguir seu trabalho civilizador. Há de se notar que Ísis, além de esposa, era irmã de Osíris, ou seja: a idéia é que os dois, na verdade, eram duas faces distintas de uma mesma pessoa. Osíris representa o aspecto de nossos conhecimentos prévios que hão de ser desfeitos, ao passo que Ísis representa a parte de nós que realiza a busca e a reconstrução.
Note-se, também, que Osíris (o conhecimento), após ser reconstruído, não permanece existindo, mas apenas cumpre a função de gerar em Ísis um novo ser, filho da fusão entre as duas partes. A mensagem, portanto, é: aquele que busca o conhecimento deverá morrer (perder a individualidade, desfazer-se), recolher suas partes através de um árduo e longo trabalho e, por fim, transformar-se em um novo ser, com uma missão a cumprir.
O Significado das Iniciações no Paganismo
O termo iniciação tem sido bastante mal compreendido dentro do paganismo atual. Confunde-se iniciação com "início", e muitos julgam que a iniciação seria uma espécie de cerimônia de admissão em certas vertentes do paganismo. Contrapõe-se a figura do iniciante à do iniciado, o que é correto apenas em parte.
Na realidade, há de se encarar o paganismo, se não como uma religião (já que essa palavra geralmente implica dogma e sistematização), pelo menos como uma forma de manifestação da religiosidade natural do ser humano. Dessa maneira, não faria sentido um ritual específico para que uma pessoa pudesse praticá-lo, da mesma maneira que nenhuma condição é pré-estabelecida para que alguém frequente uma igreja. Por um outro lado, para a maioria das pessoas, adotar essa forma pagã de religiosidade significa romper, de qualquer maneira, com velhos dogmas e sistemas, ou seja: é uma forma de passagem. Já que a própria concepção pagã, como descrevemos no início deste texto, preconiza a marcação das passagens com celebrações específicas, a idéia da existência de uma cerimônia de iniciação (ou várias) estaria portanto justificada.
O que se vê, no entanto, não é isso. A idéia da iniciação, por ser mal compreendida, é comumente descrita como uma espécie de ritual mágico, que pode ser realizado sozinho e que transformaria as pessoas em bruxos. Isso é, pura e simplesmente, uma deturpação da idéia.
O rito de passagem tem suas próprias funções, como vimos: ele marca transições, marca o assumir de novos hábitos e responsabilidades e marca a aceitação de uma pessoa por um determinado grupo. Não se poderia esperar, no entanto, que essas transformações fossem efetivadas sem uma preparação específica. Voltando às sociedades tribais, podemos observar que os jovens, no decorrer de sua vida, são constante e cotidianamente preparados para os momentos de seus ritos de passagem. Apenas como exemplo, o futuro caçador passa por vezes anos acompanhando os grupos de caça, assumindo funções progressivamente mais importantes nesses grupos, até finalmente chegar a abater, sozinho, a sua primeira presa. Quando isso acontece, ele passa pela cerimônia que marca a sua aceitação pelo grupo dos caçadores, tendo provado que é digno de fazer parte desse grupo.
Assim, a idéia de uma cerimônia de iniciação dentro do paganismo, se admitida como necessária, há de ter essas mesmas características. Passar por essa cerimônia significa que o iniciado adquiriu conhecimento e prática, e por isso mesmo tornou-se digno de fazer parte de um grupo. Logo, isso não pode ser nem um ato prévio nem um ato solitário. É incongruente tanto dizer-se que novas atitudes serão assumidas sem que tenhamos nos preparado para isso, quanto nos admitirmos num "grupo" do qual apenas nós fazemos parte.
As Jornadas Iniciáticas
Uma vez compreendido que a iniciação é o resultado de um processo mais ou menos longo de compreensão, conhecimento e prática, que leva a uma mudança de status pessoal por marcar uma mudança de hábitos; que ela é a culminância de um processo e não o processo em si, há de se entender como esse processo se dá.
Um processo de iniciação é um processo de trabalho da personalidade, que envolve, como dissemos, a desconstrução de padrões pré-estabelecidos e a construção de novos padrões, que passarão a nortear a nossa conduta e existência. Vemos uma representação desse processo nos arcanos maiores do tarô: cada um deles representa um passo, um degrau, um conhecimento específico que se deve adquirir, ao longo de um caminho iniciático. Esse caminho é, no tarô, percorrido pelo Louco, que justamente por isso é o arcano sem número, podendo se encontrar, portanto, em qualquer uma das posições, ou estágios do caminho.
O Louco representa a própria desconstrução. Consideramos louco tudo aquilo que não é estruturado, tudo aquilo que é, de certa forma, caótico ou vazio. No entanto, a real estruturação apenas pode surgir do caos; caso contrário, o que se dá é apenas uma reformulação, ou mesmo apenas um ajuste. É emblemática a frase que surge em praticamente todas as cosmogonias, com ligeiras variações: no princípio era o caos.
Uma jornada iniciática não pode partir de preceitos estabelecidos. Muito pelo contrário: ela deve começar justamente pela eliminação de todo e qualquer conceito que possa, de alguma forma, direcionar ou influenciar o caminho de quem se propõe a empreendê-la. Note-se que o Louco se encontra, justamente, à beira do abismo. O próximo passo, que ele já começou a dar, o lançará no desconhecido, sem nenhum ponto de apoio, deixando para trás tudo aquilo que é sólido.
Lançar-se no abismo (domínio do Ar e, portanto, dos inícios) significa, também, mergulhar na própria consciência, ir ao fundo de si mesmo, atirar-se ao fundo do poço de nossa personalidade. Ao atingirmos o fundo do poço, só existe um caminho de saída: para cima. Logo, apenas ao atingi-lo poderemos empreender a escalada; construir, degrau por degrau, a escada que nos levará das profundezas escuras de volta ao Sol, para que possamos, novamente, ver o Mundo.
Esse é, portanto, o teor da jornada iniciática, da qual a cerimônia de iniciação, o rito de passagem, marca simplesmente a culminância do processo. Por isso mesmo, em sua celebração, o rito busca reprisar os episódios da jornada, refazer a desconstrução e reconstrução da personalidade, representar em momentos aquilo que, por vezes, levou anos. No decorrer de nossa vida, podemos passar por diversos processos desse tipo, conscientes ou não, orientados ou não. O final de cada um desses processos é apenas o início do próximo.
Um exemplo disso nos é dado pela própria vida, a grande jornada iniciática em si, que encerra todo o processo cíclico de nascimento, aprendizagem, morte e renascimento. Somos matéria bruta ao nascermos e, ao longo dos anos, adquirimos o conhecimento que nos dá, na velhice, a clara visão do mundo, tão decantada como a sabedoria que surge com a idade. O próximo passo, no entanto, é novamente o mergulho no abismo, no desconhecido.







O que é PAGANISMO?
Ao contrário do que se pensa, Paganismo nada tem a ver com o culto ao demônio - até porque o demônio não passa de uma invenção das tradições judaico-cristãs. A palavra "PAGÃO" vem do latim "paganus", que é aquele que mora no "pagus", no campo, na Natureza. Assim, pode-se dizer que, em termos religiosos, o Paganismo é o culto e o respeito às forças da Natureza. Para o Pagão, toda a Natureza é viva, é Sagrada - e seus deuses e deusas refletem essa crença, oferecendo conforto e equilíbrio àqueles que compreendem o real significado de se respeitar a Natureza.
Muitos equívocos são propagados quanto ao real sentido da palavra "paganismo", por dicionários, enciclopédias e até mesmo por seus seguidores. Em alguns casos, o termo pagão é empregue como sinônimo de não-cristão - o que é um grande erro, pois assim se incluiriam religiões como o Judaísmo, o Islã e outras, as quais não possuem componentes distintamente "pagãos" no sentido real da palavra - ou seja, de respeito à Natureza. Em outros verbetes, um "pagão" é aquele que ainda não foi batizado no cristianismo. Em outros mais, os termos "paganismo" e "ateísmo" são confundidos, pois ateu é aquele que não crê em nada, não possui religião - bem diferente da noção de paganismo enquanto caminho religioso.
Mas quem são os pagãos? Originalmente, esse termo era empregue para diferenciar os seguidores das religiões da Terra, dos muitos deuses e deusas da Natureza. É este o sentido que adotamos quando utilizamos o termo "paganismo". Assim, costumamos nos referir às culturas pré-cristãs da Europa e das Américas (apenas como exemplos clássicos) como "culturas pagãs". Poucas pessoas hoje em dia ainda mantêm um contato direto com as tradições originais do Paganismo, daí a necessidade de se diferenciar o Paganismo original - surgido na Antiguidade - do novo paganismo, representado por diversas correntes recentes. Para que tal diferenciação seja bem clara e cristalina, muitos autores e pesquisadores optam por utilizar o termo neo-pagão, ou seja, os novos pagãos - aqueles que seguem tradições filosófico-espirituais inspiradas nos ensinamentos e valores das Antigas Religiões. Dentre estas correntes neo-pagãs, sem dúvida duas ganham destaque: a wicca e o neo-druidismo.





Azoth
por Francisco Marengo
Faz o que tu queres há de ser tudo da Lei
Antes dos discípulos de Hermes buscarem o Elixir da Longa Vida era sugerido que eles buscassem antes Elegábala ou a Pedra Filosofal, o sal dos filósofos, indispensável para a obtenção do Azoth - o agente mágicko responsável por todas as formas de transmutação. Essa Pedra filosofal, originariamente de cor negra e disforme, deveria ser lapidada de forma a que se atingisse o seu diamante interno. Elegábala é algo real e sincretiza-se no próprio deus-homem que se encontra em fase bruta, o qual impede a emanação de seu Sol interior na aurora da manifestação do homo-veritas.
A Díada Nuit e Hadit é o uno dividido pelo amor de Ágape e unido pela Vontade no Amor. A Vida é uma Mudança contínua, harmoniosa e natural. A compreensão de si mesmo é estar relacionado ao "ser" como oposto a "vir-a-ser". A idéia fundamental de erro é a concepção estática como oposta à concepção dinâmica do Universo.
Pessoas confundem qelhma com feitiçaria, com intervir na vontade das pessoas, com o domínio da mente alheia. Este poder de fato existe e é frequentemente usado pelos Irmãos Negros, principalmente se o "influenciável" pertence a uma das correntes doentias do Aeon passado. Magnetizados pelos Irmãos Negros, seus chakras nesses casos estão afinados a suas influências uma vez que seu astral já esteja em sintonia com eles. O Iniciado jamais interfere com a vontade alheia, mas comunga com a vontade alheia de uma maneira um tanto incompreensível e inexplicável a mentalidade profana. Mesmo os mais baixos tipos de Samadhi dão apenas uma pálida idéia desta comunhão. É a verdadeira e genuína Comunhão dos Santos, e o Graal, a Taça na mão de Nossa Senhora BABALON, é o seu sagrado símbolo. Existem inúmeras formas e completamente irresponsáveis. O propósito deles em influenciar o próximo nem sempre é "maligno"; pelo contrário; muitas vezes eles estão imbuídos de "piedade" e do desejo de fazer o "bem". Mas estes sentimentos, sendo o resultado de falta de compreensão (Binah), quando postos em atividade de maneira incorreta só podem ocasionar resultados desastrosos e de séria interferência kármica na órbita alheia. Se os cegos guiarem cegos, logo todos cairão no abismo de suas incertezas. A grande necessidade que o ser humano tem de partir rumo a sua busca pessoal, é algo tão forte como uma paixão que nos tira o fôlego e que nos faz ansiar na busca de uma essência perdida na noite dos tempos.
O verdadeiro Templo é o nosso corpo físico, habitat do nosso espírito imortal e que por isso, enquanto estivermos nessas paragens devemos cuidar bem dele para que nosso Dharma não se reverta num Karma negativo no futuro. Não há nada mais belo do que a vida com todas as suas facetas, mesmo que se entenda que a natureza humana tem duas faces, a dos deuses e dos demônios, não há maior aprendizado do que os próprios obstáculos e dificuldades da vida que enfrentamos todos os dias.
Devemos saudar a oportunidade de estarmos vivos com verdadeira intensidade e alegria de viver. Devemos saudar todos os dias o ar que respiramos, o calor do sol que nos aquece, o brilho da lua que nos faz sonhar, devemos ser únicos pois nós homens e mulheres somos estrelas independentes e ao mesmo tempo mantendo nossas próprias órbitas sem chocar com a dos outros, devemos aprender a verdadeira arte de se relacionar bem com as pessoas e de ser feliz com o muito ou com o pouco que temos, porquanto que esses valores sejam transitórios.
Jamais devemos nos julgar injustiçados pela providência divina, pois todo caminho que estivermos percorrendo nós mesmos os traçamosi, seja ele o paraíso ou o inferno. Não podemos agarrar o mundo e tentar consertá-lo, mas sim fazer a alma do mundo saber em todos os confins da terra que você se ama, que ama o mundo e que ama toda humanidade num tipo de amor muito especial, elevado ao amor de ágape, o amor sem fronteiras, o amor sob vontade. E que esta nova postura que terá em relação a vida tornará a tua vida num aspecto harmonioso. Realizar causas nobres, lutar por motivos justificáveis, não interferir na órbita alheia, jamais devemos dar o peixe se não resolvermos ensinar o outro a pescar.
A maioria das pessoas que são incapazes de perceber o significado espiritual da mudança. Outras vezes fantasiam sobre uma ente maléfico que deseja a destruição da terra e de tudo aquilo que conhecemos. O preço da Iniciação é a morte, mas essa morte representa o sentido figurado para a assunção espiritual. Teste o seu caminho na prática, avalie sua vida em detrimento desse caminho, faça uma auto-análise, veja se as fórmulas que utiliza já não são obsoletas ao invés de tentar destruir toda manifestação da fórmula nova que ainda não conhece, que ainda não testou, o que seria infantilidade plena.
Conhecer a sua natureza interior e aceitá-la, é compreender a essência de Hadit. Conhecer essa faculdade o fará experimentar a Iniciação da não-morte, em detrimento daqueles que são obrigados a experimentar unicamente a sua assunção ou identidade estelar unicamente através de cada morte física. As faculdades cerebrais ainda não passaram pelo processo iniciático, oumelhor dizendo em síntese, esta transição do estado de ser para o estado de não-ser ocorre com o iniciado durante a vida na carne, já com o profano ocorre apenas na morte física.
Qual a diferenciação nesses dois estados. Ora, o estado de não ser liberta a mente para uma sensibilidade acima do nomal, é o mesmo que libertar a mente de um torpor; quando os centros energéticos superiores ainda não foram despertados. O iniciado sente em determinado momento um sentimento de solidão indescritível. Já foi dito que a evolução da humanidade a um nível ou estágio mais elevado de consciência só se dará quando aquele que antecede arrastar o que o preceder. Este é o motivo pelo qual Iniciados se resolvem a ajudar a Humanidade. O completo êxtase só se pode dar pela comunhão plena, ou seja, a Humanidade inteira precisa ser elevada a um nível superior. E o pior disso é que aqueles que se recusam por sua própria vontade em aceitar a amplidão do Conhecimento e da Ciência Sagrada, são e serão um peso morto em nossas costas, até que resolvam libertar-se ou despertar de seus sonhos ou pesadelos ilusórios por sua própria conta, enquanto ainda não aceitarem a si mesmo como um ser de natureza divina. Assim os sofrimentos humanos são comuns e normalmente incompreendidos, diferentemente daquele que desperta pois entende o sofrimento como parte do seu plano e de sua Vontade, para que atingisse sua própria glória, coroando este trabalho na personalidade de um Magus que se reflete na mente de seus semelhantes de formas múltiplas e diversas.
Aqueles que mais nos criticam são os mais invejosos pois sendo incapazes de fazerem fluir sua própria luz, vivem sempre a buscar guarida na casa do vizinho que sempre parece mais bela que a deles... Estes fazem parte do grande rol dos incapazes de se regozijar e de atingir suas metas. Assim também são incapazes de compreender ou conceber a Mensagem Espiritual da Lei de qelhma.
Existe uma fórmula sagrada do verdadeiro ocultista, do verdadeiro magista thelêmico, ei-la: Nós nada temos contra aqueles que não nos compreendem. Nós não estamos dispostos e nem devemos falar com eles, nem para argumentar, nem para tentar consolá-los, e muito menos para tentar auxiliá-los. Pois aqueles que não tiveram ainda a oportunidade de sentir, nem sequer sofrerão.
Então raciocinemos; será que devemos "ajudar os fracos". Ora, se acreditamos que existam fracos estamos criando uma diferença egóica de status ou estado de ser, e devemos entretanto saber que não há diferença entre nós, pois cada um é um micro universo. Aos discordantes eu digo, dêem de comer a vossos filhos e não lhes exijam o mínimo esforço, nem tampouco ensine-os a buscarem o sue próprio pão ou suas próprias conquistas e verão num futuro bem próximo a que tipo de monstros estarão criando. Assim entendam que o sentimento de "piedade" é uma projeção psicológica ilusória do próprio Ego. É um estado de escravidão cujos Irmãos Negros têm verdadeira adoração em permanecer, pois clamam em verdade que tenhamos piedade não dos fracos e oprimidos e sim deles próprios.
Isto não quer dizer que devamos pisar "nos fracos e oprimidos". Ai daqueles que pensam assim! Pois estarão atraindo um Karma ainda pior para si. Devemos sim ensiná-los, mesmo que esses ensinamentos em determinado momento tenham uma certa aspereza. Até que eles por conta própria resolvam se erguer ou morrer em sua própria miséria. É importante que se diga que em ambos os casos, a cada reencarnação ou renascimento ele se erguerá. Pois mesmo sem saberem, estarão mais cônscios de sua Verdadeira Vontade.
A fórmula da pobreza material para assunção espiritual foi uma das maiores farsas da história. Pois a somatória das religiões do Aeon passado possuem o maior poder financeiro do mundo atual. Creio que não preciso aqui citar quais seriam elas. Mas convém mencionar que um ensinamento não pode se basear numa hipocrisia. Se você pretende ser mais uma ovelha do rebanho já dizia Crowley ironizando, azar é o seu, pois eu sou o Leão.
Ninguém precisa ou deva morrer pelos pecados de ninguém, só você pode atingir a maestria interior, acreditar nisso é impor um sacrifício coletivo que é disforme e errado, numa concepção que não o levará além da dor e da incompreensão. A única coisa que não podemos mudar é o passado, a única coisa que precisamos compreender e entender é o presente, os atos oriundos dessa compreensão é que construirão um futuro em bases sólidas e reais. Do passado deveríamos apenas enxergar os nossos erros, aprender com eles, para que nunca mais venhamos a repetí-los. Liberte-se dos fantasmas do passado! A nossa Lei é de Liberdade em Ágape!
Assim insufla-se também a ignorância, impondo uma idéia de medo e tortura. Se essa idéia fosse verdadeira não haveriam criminosos e assassinos cruéis de todas as espécies. A eterna tortura de personalidades obrigadas a seguir os padrões de moralidade imposta, só fez através dos séculos, enriquecer os fariseus às custas da pobreza material, moral e espiritual dos seus seguidores. Assim igrejas do presente são uma evidência fundamental e flagrante disto. Todas elas ensinam que existe uma danação eterna, mas poucos compreendem que o inferno está nelas mesmas.
Aqueles que não acreditarem no que eu digo, basta fazer uma pequena reflexão do seu medo instintivo em nossa memória mágica dos padrões religiosos a nós impostos. Mas poucos compreendem que o verdadeiro inferno é criado verdadeiramente pelos homens que não se cansam de infligir dor aos seus semelhantes, mesmo estando num novo século, a ponto de percebermos que a humanidade muito pouco mudou, o que mostra uma natureza doentia presente na psique do homem, que as vésperas de um "sempre" novo conflito mundial pouco se preocupa de fato com o que virá depois, pois pouco entende a carga da energia nefasta criada no pós guerra.
A constituição da consciência de Si mesmo, isto é, Hadit. é ampliada a consciência daqueles que estão a nossa redor, isto é o aspecto normal de uma mente sadia. Uma mente doentia só considera o seu próprio universo mesquinho, pouco importando o universo a sua volta. A relação de dois seres tende a ser harmoniosa se estes dois seres humanos tiverem esta compreensão. Não existe atrito se ambos mantiveram o necessário respeito um pelo outro, sem escravidão mútua, com um relacionamento compensado necessário à liberdade de ambos. Sempre é bom lembrar que o abuso ou a interferência cria uma dívida cármica. Nós portanto somos micro universos, mas somos também parte integrante do universo daqueles que nos relacionamos. Desconfiai daqueles que lhe dizem querer o seu bem mas na verdade, quer sim que você perca a sua identidade. Repito não há ninguém que possa vir em nossa salvação senão nós a nós mesmos. Temos que ter a dignidade de admitir isto a nós mesmos.
Uma mente sadia se reflete num corpo sadio, no processo iniciático a mente do aspirante é submetida a terríveis pressões oriundas dos estados mágickos e ritos, assim uma vez que o corpo não seja forte e sadio, a mente consequentemente poderá sucumbir à sanidade mental.
Deus é o homem numa concepção divina do ser que tende naturalmente a ascender em espiral. Deus jamais será o homem que pensa que é o Centro do Universo. Estes últimos também tidos como adeptos da corrente negra, são facilmente escravizados pelas formas que resolvem adorar ou mesmo escravizar. É muito comum os magistas desse naipe, serem absolutamente escravos das formas que invocam ou evocam. Já conheci um punhado deles no meu caminho. Estes se tornam um mal relativo para o mundo. O Irmão Negro julga ter poder sobre seus semelhantes, e isto pode ser desde que se seus semelhantes ainda não tenham o grau de percepção de si mesmos que nos leva a repelir de nós toda influência escravizante. É curioso este ponto em diversos experimentos que fizemos, e chegamos a seguinte conclusão, todas aquelas pessoas habituadas a exercer o domínio do corpo pela mente, como os praticantes de Yoga ou de Artes Marciais normalmente são menos sugestionáveis a influências hipnóticas, isto normalmente se deve a um tipo especial de emancipação interna. Os fatores contrários de uma mente sugestionável a levam fatalmente a serem pessoas depressivas, medrosas e com profundo apego a coisas transitórias sem importância.
Inúmeras concepções erradas assolam a maioria dos sistemas "ditos" Iniciáticos. Notem que nenhum princípio que não houver equilíbrio ou harmonia em seu contexto não se torna apto para coexistir acima do "Abismo". Vejamos no caso da mulher cujo conceito do Aeon passado regravam que a pureza deveria ser o sinônimo da castidade, então para a concepção da pureza absoluta, Maria deveria conceber o filho ainda virgem. Ora toda concepção é divina, toda ela origina-se de uma fonte original de energia de vida. Em qelhma pude de fato compreender o grande problema oriundo de um psicossoma que defende tal tese. A Virgem Imaculada, a Mulher Vestida com o Sol, eternamente inviolada é a própria Isis Velada; que amplamente desvelada pelo adepto. Por outro lado o homem jamais compreenderá inteiramente a natureza de uma mulher enquanto permanecer virgem para o seu amor, pouco importando o seu real estado físico, pois se o amor entre esses dois seres se acabar, e eventualmente outro vier, a mulher se tornará pura para esse novo amor. Este portanto é um estado psíquico e não físico. A castidade é um estado de ser elevado desde que não a Liberdade, quando isto ocorre passa a se chamar falsa castidade. Neste caso alguém fechado para o amor jamais conseguiu transmutá-lo em ágape, isto pouco importando se somos homens ou mulheres, pois partimos de uma mesma essência una. Alguém que se fecha por dentro se bloqueia, e bloqueando restringe-se a convivência saudável com seus semelhantes e assim também a própria divindade. A falsa castidade está submetida à influência dos Irmãos Negros. Somos polaridades e nos atraímos pelos opostos, numa tentativa de preenchimento daquilo que nos falta. Assim costumamos dizer que a nossa contraparte nos preenche, no entanto quando este estado é completado, normalmente existe uma tendência no casal a separarem-se mas não pela falta do amor, e sim pela ausência do estímulo ao prazer na convivência. Notem que estamos fazendo uma tentativa de falar sobre mentes sadias, pois existem os casos de escravidão oriunda de diversos problemas de ordem psíquica, muitas vezes atenuados por um ciúmes doentio, mal este causador de inúmeras fatalidades que acompanhamos quase diariamente na mídia. Esta é a importância de do ser humano em se conhecer e conhecer a essência de um relacionamento ou de uma inter-relação, que para estes casos qelhma dá as chaves de compreensão desses e dos mais diversos fenômenos que envolvem a nossa psique.
A castidade então muitas vezes pode ser tomada como um ato de covardia, de alguém que teme em se relacionar com o mundo, o resultado é este, mentes alienadas ou subversivas (vide os inúmeros casos dos padres pedófilos nos EUA). A influência de pessoas assim na sociedade é sempre prejudicial. A caridade posta por tais irmãos é equivalente a tentativa de tratar as águas de um rio poluído, sem que se faça um tratamento preventivo no esgoto da cidade, ou eventual desvio ou canalização impedindo que o esgoto contamine o leito do rio. Qualquer esforço diferente disso é infrutífero, se é que foi possível o entendimento dessa analogia. Assim, não se combate a fome simplesmente dando o que comer, isto é um paliativo que não nos leva a origem do problema ou seja os motivos que levaram determinada comunidade a passar fome. O não entendimento desse plano de concepção é uma tentativa fútil de castração mental.
Estamos vivendo numa era de tirania atual tão ruim quanto o passado do homem. Proclamar a liberdade entre os escravos é uma bobagem tremenda, porquanto que essa Liberdade precise ser uma vontade verdadeira do indivíduo. No treinamento de Karatê aprendemos tanto atacar como a nos defendermos de um possível ataque. Mas sábios são aqueles que aprendem a nobre arte de lutar sem lutar. Serão aqui muito poucos que compreenderão essa concepção, mas isto será tema para um próximo ensaio.
Amor é a lei, amor sob vontade.






Os Animais de Poder

Desde a antiguidade, segundo registros, existem rituais onde os homens e animais se faziam presentes. Hoje os encontramos em nosso dia a dia na astrologia, na alquimia, nas cartas de tarô entre outros. Existem algumas maneiras de se descobrir o animal que está presente em nosso interior, seja através de ritual, concentração ou mesmo da intuição. Conhecido como Animal de Poder, Espírito Protetor, Totem ou Animal Guardião, estão mais próximos da Fonte Divina. Quando tomamos a consciência de sua existência, fortificamos os poderes que estão escondidos em nosso interior, pois há um aumento de nossa resistência a doenças e de nossa auto-confiança. Cada animal traz uma essência espiritual e, através dela, cada um com seu próprio modo ou estilo de vida, com sua própria medicina, nos leva a crescer e transmite-nos a sua sabedoria.

Os animais estão mais próximos do que nós da Fonte Divina por serem míticos, oníricos. Ao compartilharmos de sua consciência animal transcendemos o tempo e o espaço, as leis de causa e efeito. A relação entre homem e animal é puramente espiritual, pois nosso instinto animal é mais forte e menos racional por serem manifestações dos poderes arquétipos do ser humano. Fortificam o vigor físico e mental, aumentando a disposição e o conhecimento, auxiliando ainda no diagnóstico de doenças e na realização de desafios.

Existem rituais, auxiliados pelo tambor que auxiliam na conecção com o animal, onde também são realizadas as Danças do Animal, que é uma forma de invocação. Cada animal possui uma essência, e assim cada um possui sua própria medicina e sabedoria. Relaciono abaixo alguns dos animais (incluindo os místicos) com seus significados:

Águia - Iluminação, a visão interior, invocada para poderes xamânicos, coragem, elevação do espírito a grandes alturas;
Aranha - Criatividade, a teia da vida, manifestação da magia de tecer nossos sonhos;
Abelha - Comunicação, trabalho árduo com harmonia, néctar da vida, organização.
Alce - Resistência, auto-confiança, competição, abundância, responsabilidade.
Antílope - Cautela, silêncio, consciência mística através da meditação, calma, ação.
Baleia - Registros da Mãe Terra, sons que equilibram o corpo emocional, origens;
Beija-flor - Mensageiro da cura, amor romântico, claridade, graça, sorte, suavidade;
Borboleta - Auto-transformação, clareza mental, novas etapas, liberdade;
Búfalo - Sabedoria ancestral, esperança, espiritualidade, preces, paz, tolerância;
Cabra/cabrito - Determinação para ir ao topo, nutrição, brincadeiras.
Camelo - Conservação, resistência, tolerância.
Canguru - Proteção maternal, coragem para seguir em frente nas fraquezas.
Castor - Novos canais de pensamentos, construção, segurança, conforto, paciência.
Cisne - Graça, fidelidade, ritmo do Universos, ver o futuro, poderes intuitivos, fé.
Coiote - Malicia, artifício, criança interior, adaptabilidade, confiança, humor.
Coelho - Fertilidade, medo, abundância, crescimento, agilidade, prosperidade.
Condor - Idem a águia, é um dos filhos do Sol no Peru, representa o Mundo Superior.
Coruja - Habilidades ocultas, ver na escuridão, a vigília, a sombra, sabedoria antiga.
Corvo - Guardião da magia, mistério, predições, mensageiro, dualidade, assistência.
Cavalo - Poder interior, liberdade de espírito, viagem xamânica, força ,clarividência;
Cachorro - Lealdade, habilidade para amar incondicionalmente, estar a serviço;
Cobra - Transmutação, cura, regeneração, sabedoria, psiquismo, sensualidade;
Coiote - Malícia, artifício, criança interior, adaptabilidade, confiança, humor.;
Coruja - Habilidades ocultas, ver na escuridão, a vigília, a sombra, sabedoria antiga;
Doninha - Poderes ocultos, vivencia, poder de esconder, observações, segredos.
Elefante - Longevidade, inteligência, memória ancestral, ancestrais enterrados.
Esquilo - Divertimento, planos futuros, reunião, observar o óbvio.
Esturjão - Determinação, sexualidade, consistência, profundidade, ensinamento.
Falcão - Precisão, mensageiro, olhar a volta, abertura a distância, oportunidades.
Formiga - Comunidade perfeita, paciência, trabalho duro, força, resistência, agressividade.
Gaivota - Voar através da vida com calma e esforço para alcançar objetivos.
Gambá - Campo de proteção, reputação, repelir quem não o respeita, respeito.
Gato - mistérios, poderes mágicos, sensualidade, independência, visões místicas, limpeza.
Galo - Sexualidade, fertilidade, oferendas, cerimônias, altivez.
Girafa - Calma, inspiração para se atingir grandes alturas, suavidade, doçura.
Golfinho - Pureza, iluminação do ser, sabedoria, paz, amor, harmonia, comunicação.
Gorila - Sabedoria, inteligência, adaptabilidade, guardião da terra, habilidade.
Guaxinim - Bom humor, limpeza, sobrevivência, tenacidade, inteligência, folia.
Hipopótamo - Desenvolvimento psíquico, intuição, ligação água-terra, aterramento.
Jacaré - Instinto de sobrevivência, o inconsciente profundo, o caos que precede a criação.
Jaguar - A busca em águas da consciência, mensageiro, interação mente e alma.
Javali - Comunicação entre pares, expressividade, inteligência.
Lagarto - Otimismo, adaptabilidade, regeneração, sonhos, renovação, transformação.
Leão - Poder, força, majestade, prosperidade, nobreza, coragem, saúde, liderança, segurança, auto-confiança.
Leopardo - Conhecimento do subconsciente, compreender aspectos sombrios, rapidez.
Lince - Segredos, conhecimento oculto, tradição, ouvir para o crescimento.
Libélula - Ilusão, ventos da mudança, comunicação com o mundo elemental.
Lobo - Amor, relacionamentos saldáveis, fidelidade, generosidade, ensinamento.
Macaco - Inteligência, bom humor, alegria, agilidade, perícia, irreverência, amizade.
Minhoca - Regeneração, resistência, auto-cura, transformação.
Morcego - Renascimento, iniciação, reencarnação, habilidades mágicas.
Onça - Espreita, proteção de espaço, silencio, observação. Precisão.
Pantera - Mistério, sensualidade, sexualidade, beleza, sedução, força, flexibilidade.
Pato - Desenvolvimento de energia maternal, fidelidade, nutrição energética.
Peru - Dar e receber, transcendência, dádivas, celebração.
Porco-Espinho - Fé, confiança, inocência, inspiração para realizações, dentro da essência.
Puma - Força, mistério, silêncio, sobrevivência, velocidade, graça, liderança, coragem.
Pica-Pau - Regeneração, limpeza, comunicação, proteção, unido aos Espíritos do trovão.
Pinguim - Viver em comunidade, fidelidade, lealdade nos romances.
Pombo - No cristianismo simboliza o Espírito Santo, paz, comunicação, mensagem.
Raposa - Habilidade, esperteza, camuflagem, observação, integração, astúcia.
Rato - versatilidade, alerta, introspecção, percepção, satisfação, aceitação.
Salmão - Força, perseverança, nadar contra a maré, determinação, coragem.
Sapo - Evolução, limpeza, transformação, mistérios, humor, ligado a chuva.
Tartaruga - Estabilidade, organização, longevidade, paciência, resistência, proteção, experiência, sabedoria, Mãe-Terra.
Tatu - Limites, doas dá a armadura, limites emocionais, protege a saúde.
Texugo - Agressividade, coragem, formar, alianças, persistência, agir em crise.
Tigre - Aproximação lenta, preparação cuidadosa, aproveitar oportunidades.
Touro - fertilidade, sexualidade, poder, liderança, proteção, potencia.
Urso - Introspecção, intuição, cura, consciência, ensinamentos, curiosidade.
Vaga-Lume - Iluminação, entendimento, força de vida, luz e escuridão, maravilhas.
Veado - Delicadeza, sensitividade, graça, alerta, adaptabilidade, coração/espírito, gentileza.

Animais Místicos

Cavalo Alado - Elevação, transmutação, beleza, viagem astral,aventuras, mistério, fascínio.
Centauro - Instinto animal, ligação homem-animal, anarquia, sexualidade, fertilidade, cura.
Dragão - Potência e força viril, proteção Kundalini, calor, mensageiro da felicidade, senhor da chuva, fecundação, força vital.
Elefante Branco - Força, bondade, escolha de caminhos, ligações extraterrestres, mistério.
Fênix - Renascimento, fascínio, animal do Sol, imortalidade da alma, elevação, purificação.
Sátiro - Libertinagem, divertimento, impulso sexual, instintos, fantasias sexuais.
Unicórnio - Rapidez, mansidão, pureza, salvação, espiritualidade, inofensivo.







O que é Wicca? 
As fontes do renascimento do Paganismo podem ser rastreadas no início do século XX com os trabalhos da antropóloga Margaret Murray. Ao examinar os vários registros de julgamentos da Inquisição, Murray desmascarou o Diabo dos relatos de Bruxas e Bruxos que foram executados e em seu lugar encontrou o Deus Cornífero, a Divindade cultuada pelos pagãos e que os inquisidores tinham transformado na corporificação do mal.

A medida que ia mais fundo em seus estudos, Murray encontrou o equivalente feminino do Deus, a Deusa e desta forma desmistificou todas as antigas superstições e estigmas negativos atribuídos à Bruxaria e identificou-a como o mesmo culto à fertilidade que surgiu muito tempo antes do Cristianismo.

Em 1951 quando a última das leis contra a Bruxaria foi revogada, Gerald Gardner saiu das sombras e defendeu as posições de Margaret Murray, declarando que a Bruxaria tinha sido a religião dos antigos europeus e que continuava a ser uma religião verdadeira para muitas pessoas e que teria sobrevivido através de anos sucessivos de supressão sob o nome de Wicca.

Desta forma, Gardner lançou uma nova luz às práticas da Bruxaria, dando origem assim à um grande movimento Neo-pagão de reavivamento das práticas e ritos da Velha Religião.

De lá para cá o movimento Pagão cresceu substancialmente e muitos Bruxos que tinham sido instruídos por suas famílias durante décadas, decidiram sair das brumas e se tornarem visíveis e assim em pleno século XX ressurge uma religião que busca celebrar novamente a natureza, os Deuses Antigos e que busca inspiração nos seus ritos no culto à Deusa e ao Deus.

O Paganismo é o nome genérico que se dá às práticas religiosas que surgiram na Era Paleolítica e Neolítica, onde as crenças espirituais eram centradas no feminino, nos ritos da fertilidade, no culto aos Antigos Deuses da natureza, nas celebrações das colheitas e plantio.

A Bruxaria busca resgatar o Divino Feminino e o papel das mulheres na religião como Sacerdotisas da Grande Mãe. Muitas vezes chamada de Religião da Deusa, a Arte, Religião Antiga, não é uma fantasia de mentes deturpadas ou de pessoas que se supõem dotadas de poderes mágicos, mas sim uma religião capaz de acolher pessoas das mais variadas idades, raças, posições sociais e todos aqueles que vêem em seus ritos uma forma real de se conectarem com o Divino e com a natureza.

As práticas Pagãs, dando destaque maior à Wicca, se expandiram de uma forma inacreditável pela América Norte e Europa. Hoje o número de Bruxos somam aproximadamente 250.000 nos EUA, ultrapassando inúmeras religiões tidas como convencionais, dentre as quais o Budismo e o Universalismo Unitário. O Censo canadense de 1991 registrou 5.530.000 Neo-pagãos que seriam compostos principalmente de Wiccanianos, outra pesquisa realizada em 1997 constatou a existência de 12 milhões de Bruxos em todo o mundo. Porém, acredita-se que o número atual é muito maior, pois muitos não expõem sua condição religiosa publicamente.

A Wicca sustenta-se sobre 3 conceitos básicos:

a) O papel preponderante da Deusa em suas práticas e mitos em vez de um Deus masculino, cultuando também os Antigos Deuses da natureza e o Deus Cornífero, considerado filho e
consorte da Deusa.

b) A utilização da Magia Natural como forma de atingir nossos desejos e mudar os fatos.

c) A crença na reencarnação, vista não somente como uma forma de evolução, mas também como o desejo de retornar no mesmo tempo e local das pessoas amadas.

Os propósitos da Wicca são mostrar a necessidade da reconecção com a natureza, com os ritmos e ciclos naturais do Sol e das Estações e a busca de um novo equilíbrio do homem com o seu meio ambiente.

Os Bruxos amam e cultuam a natureza e através dela procuram integrar mente, corpo e alma. Acreditam que para evoluírem integralmente devem sentir-se parte integrante da Terra, que é a própria Deusa. Esta atitude é a essência da Wicca!




Ensinamentos do Mago
No Tibet, antes da invasão chinesa, havia um famoso templo para onde se encaminhavam muitos candidatos a monges. Um dia chegou um candidato, muito orgulhoso de seus conhecimentos do Zen. Exigiu ser entrevistado pelo lama-chefe daquela lamaseria. O monge lhe perguntou:
- O que voce quer?
- Quero ser monge nesta lamaseria, respondeu o candidato.
- Mas o que voce sabe fazer ?
- Eu sei tudo sobre o Zen , respondeu com orgulho.
- Me mostre o Zen, pediu o monge
O rapaz sentou-se e na mais perfeita posição de lótus fechou os olhos e começou a meditar. O monge observou por alguns minutos, disse "Vá embora" , e virou as costas.
O rapaz, muito aborrecido, perguntou "Por que ?", e o monge respondeu :
- Já temos muitas estátuas aqui, não precisamos de mais uma.
Há coisas que são tão simples que acabam nem nos interessando. Nós temos a tendência a buscar coisas que sejam complicadas, e rejeitamos o que é simples.
Eu digo: a vida é curta demais para que a disperdicemos com complicações. Isso não quer dizer que deixemos de lado os desafios, porque eles nos educam e fortalecem, mas tambem precisamos entender que existem coisas que só são complicadas porque queremos que sejam assim, talvez até para satisfazer nosso ego.
Um dia foi perguntado a mim como obter uma projeção astral, e eu respondi que era preciso desejar. Essa resposta pareceu tão simples que para muitos nem foi considerada. Preferiram ler um livro, talvez um chamado Projeciologia, que tem mais de 1000 páginas, em linguagem tecnica. Vão fazer essa leitura e no fim vão descobrir: "puxa, mas era só desejar". Mas é mesmo uma questão de desejar, simples assim, sem complicações nem aquilo a que meu Mestre chama de "tecnicalidades esotéricas", aqueles "ismos", etc.
O estudo da Magia está cheio dessas tecnicalidades, a maioria escritas por leigos. Não posso deixar de observar que existem muitas pessoas que seguem uma equivocadíssima filosofia de vida que diz "Pra que fazer fácil se dá pra complicar?"
"Há regatos no deserto, há um caminho na solidão": na simplicidade eu aprendi muito mais do que com as tecnicalidades.
A gente aprende muito observando a vida. Aliás, desse jeito aprende-se tanto ou mais do que passando anos lendo livros. Há uma escola no mundo, que é o próprio mundo.
Sem rejeitar a validade do ensino teórico, que é importantíssima, um magista que tenha sido formado unicamente à custa de ensino teórico não tem a mesma válida daquele que tem tambem o estudo prático. Há pessoas que vivem em função de livros, mas não "vivem".
Um magista vive no mundo sem ser do mundo, mas vive nesse mundo. E ele busca a simplicidade, nas coisas do mundo e nas do espírito. Há um tempo para o aprendizado teórico e outro para aprender na vida. O magista tem que ter ambas as experiências, pois que elas se complementam.
Mas não devemos dispensar aquilo que é envolvido em simplicidade, porque a vida e a Magia são simples, o Ser Humano é que introduziu nelas o seu racionalismo e com ele as complicações, dando um caráter de solenidade a coisas que estão aí para serem experienciadas.
Para o bom entendedor meia palavra basta: a maneira mais eficaz de se esconder alguma coisa importante é deixa-la à vista de todos, porque não será procurada em lugares óbvios. E isso acontece porque se sabe que há a tendência de buscar "esconderijos complicados", e o que é simples nem é considerado. Que se saiba então: na Magia isso tambem foi feito, e grandes mistérios e segredos não estão ocultos, nem são propriedade de Iniciados obscuros em lugares incessíveis: estão onde qualquer um poderia encontrar, desde que tenha olhos para ver e ouvidos para ouvir.



Ensinamentos do Mago2
Mestre e discípulo caminhavam pela beira de uma praia discutindo a respeito da vida quando se depararam com um ninho de tartarugas-marinhas, e as tartaruguinhas estavam saindo dos ovos e correndo para o mar. E notaram que algumas haviam sido pisadas, outras eram capturadas por pequenos animais ou simplesmente morriam. Então viram que uma das pequenas tartarugas estava se debatendo, com o casco para baixo.

O Mestre abaixou-se o com um simples gesto do dedo desvirou a tartaruga, que então foi correndo para o mar, desaparecendo na espuma das ondas.

O discípulo disse:
- Mestre, por que o Sr. fez isso ? Quero dizer, seu ato não alterará nada, foi algo tão pequeno em relação à grandiosidade da Natureza de forma que acho que para fazer alguma diferença teria que ser um ato imensamente maior, o Sr. não acha ?
E o Mestre respondeu:
- Pois para AQUELA tartaruguinha um pequeno gesto do meu dedo fez toda diferença do mundo!
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Às vezes, através de gestos pequenos podemos fazer grandes coisas, embora essas grandes coisas só sejam grandes em relação a quem recebe nosso gesto.
O fato é que existem pessoas que poderiam ser mais felizes se nós entendessemos que poderíamos ajudá-las através de pequenas coisas. Pessoas esperam de nós um sorriso, um "bom dia!" , e até um "eu te amo!" e muitas vezes para nós isso seria algo simples de se fazer, mas nem sempre fazemos.
Na Magia é preciso explicar que o magista é um homem ou mulher que nem sempre vive de grandes atos.
A vida do magista não é só grandes rituais, evocações terríveis, e coisas maravilhosas. Magistas são pessoas de atos grandes e pequenos, mas todos eles igualmente nobres.
Todo magista deve ter em mente que ele não veio ao mundo à passeio, e que havia uma razão para que ele se tornasse um magista.
Muitas vezes conversei com magistas que ao serem perguntados o porque se tornaram magistas, me responderam : "Para descobrir meu Eu Superior." . Essa resposta está parcialmente correta. De fato, essa descoberta do Eu Superior tambem é importantíssima mas não é o único objetivo dos estudos e dos treinamentos de nenhum magista que tenha se dedicado corretamente. Se esse fosse o único objetivo então seria egoismo : de que adiantaria uma compreensão e conhecimentos superiores, se não partilhar com ninguem e isso jamais se converter em benefício a outras pessoas ?
Seria como se todas as pessoas estivessem dormindo sendo que o magista é uma pessoa que acordou, e agora a sua função é ajudar as outras pessoas a acordar tambem, para que vejam o mundo tal qual ele é, e não como as pessoas foram condicionadas a ve-lo.
No "O Mito da Caverna" , de Platão, essa situação é bem descrita. Há ali pessoas que sempre viveram em uma escura caverna, mas uma delas consegue ir lá fora, e volta contando as maravilhas da luz do dia. As pessoas não acreditam, porque sempre viveram na escuridão e não acreditam nas coisas que aquele que viu a luz está lhes relatando. Isso não faz parte de suas realidades, desconhecem o conceito de realidade aparente e esse homem passa a ser chamado de visionário e até de louco.
A Magia se torna mal-vista quando magistas não-preparados resolvem tentar "despertar" os outros, contando-lhes coisas que não foram vistas e induzindo-lhes ao erro camuflado de "grandes verdades da Magia" .
Não há "grandes Verdades" na Magia, tudo é muito simples, talvez simples demais, e essa simplicidade toda é que mantem ocultas muitas coisas.
Um magista não precisa praticar grandes atos, mas seus atos tem que ser grandes, no sentido de que devem ter grandeza, correção e consciência.
A Magia não existe para fazer a felicidade financeira de ninguem, e nenhum magista pode cobrar por seus serviços. Se formos considerar que esse magista seguiu os ritos corretos ele tambem não teve de pagar nada pelo que aprendeu, e por isso não se justifica que ele estabeleça preço par ajudar as pessoas.
E esse ajudar poderá ser de formas até bastante simples, e mesmo não sendo magista toda pessoa tem em mãos a capacidade de fazer outras pessoas felizes.
O Ser Humano existe para ser feliz e nossa finalidade deveria ser a de proporcionar felicidade uns aos outros. Por possuir uma outra visão de mundo o magista tem uma possibilidade maior de proporcionar isto às pessoas, que muitas vezes só precisam de uma pequena ajuda.
Mas o magista não pode pegar as pessoas pelas mãos e leva-las pelos caminhos, porque isso tiraria delas o senso de luta, a capacidade de buscar o próprio destino e de dar rumo à propria vida. Por isso é que eu digo: não posso lhe dar um caminho mas posso lhe dar um começo. Acho muito correta a filosofia que diz que a quem tem fome NÃO DEVEMOS dar o peixe, e sim ensinar a pessoa a pescar, para que ela aprenda a andar com os próprios pés.
O magista pode e deve ajudar as pessoas, mas é preciso ter os pés nos chão, por causa dos falsos magistas que através de uma Magia incompleta e às vezes pervertida não só afastam as pessoas de seus caminhos como tambem passam a se constituir para elas em uma fonte de desgraças.
Gestos pequenos tambem são passíveis de proporcionar felicidade aos nossos semelhantes e possivelmente mesmo sem nos darmos conta disto nós podemos ajudar a muitas pessoas.
Ajudando aos outros ajudamos a nós mesmos ; trazendo felicidade aos outros é a nós mesmos que tornamos felizes.
Afinal, não é uma existência miserável a de alguem que nunca moveu um simples dedo em benefício de seus semelhantes, nem se importou em ajudar aos irmãos que cruzaram o seu caminho ? Quem sabe se um pequeno gesto nosso poderá fazer toda diferença do mundo para alguem ?

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