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Basico wicca

O PAGANISMO propõe-se a recuperar a complementaridade entre homem e mulher, entre macho e fêmea, simbolizado no Deus e na Deusa, que não são superiores um ao outro, mas que se complementam. Dentro do PAGANISMO a WICCA dá à Deusa um papel preponderante, quer nas suas práticas quer nos seus mitos, criando assim o seu principal símbolo e mostrando a sua importância fundamental quer para as mulheres quer para os homens.

Crenças, um termo comum e ao mesmo tempo estranho para religiões pagãs.

Quando falamos de crenças, pela influência Cristã, pensamos que crer em algo signifique apenas “acreditar na existência” ou “ter fé na existência”, sem a necessidade de se provar tal fato.

Com isso, muitas pessoas quando lêem sobre os DEUSES pagãos, ou sobre os ELEMENTAIS , indagam sobre como podemos acreditar (crer) em tais seres, já que eles aparentam ser tão fantasiosos em virtude de suas mitologias e lendas.
O que poucos compreendem é que nossos DEUSES não são invisíveis ou intocáveis, pelo contrário, eles estão presentes em cada uma de nossas ações e sensações, conversamos com eles e ouvimos (sim, ouvimos) suas respostas, em nossos ritos não apenas sentimos suas presenças em razão da fé, mas os vemos, lidamos com eles, recebemos mensagens, broncas, e deliciosos momentos de interação onde sentimos sua presença por completo, tanto externamente quanto internamente.
Logo, você que deseja conhecer as “crenças” Wiccanas, fique atento(a), nós só acreditamos naquilo que vive e é sentido dentro e fora de nós, que interage conosco em todos os campos e momentos de nossas vidas, nada do que vai ler abaixo é apenas uma lenda, ou uma forma diferente de ver as coisas, é a verdadeira forma como cada WICCANO trabalha sua religiosidade, e eles não acreditam que seja verdade, eles SABEM que é verdade.
A WICCA é uma religião muito ampla em relação a sua crença no divino, por isso alguns pontos devem ser analisados para uma melhor compreensão por aquele que deseja seguir a Arte.
A base teológica da WICCA encontra-se na celebração e interação com duas divindades: a Deusa e o Deus, para as tradições iniciais como a Gardneriana (alguns grupos), tais divindades são o princípio de tudo e delas surgiram todas as outras divindades. Sendo assim, o casal divino celebrado por algumas tradições está inserido num modelo de Henoteísmo, onde a Deusa e o Deus são supremos, onipotentes e oniscientes, e deles todos os outros DEUSES e seres foram criados. Como uma amiga costuma dizer: Alguns Wiccans celebram “Deuses Cósmicos” e outros “Deuses não-Cósmicos”.
‘Duoteísmo’ é a palavra que melhor define a teologia Wiccan, todos os Wiccans acreditam na existência de um casal divino, oposto e complementar de igual poder e patamar de culto. Tais divindades possuem características específicas, a Deusa é essencialmente Lunar, ou seja, é representada pela lua e suas características. E o Deus é essencialmente solar, sendo representado por tal e como tal. A TERRA encontra-se entre os astros, simbolizando a criação Deles e mostrando que eles são ambos parte da terra, sendo assim o Deus é o caçador selvagem, o senhor da morte e da vida, aquele que anda entre os mundos, assim como a Deusa é a senhora da natureza, a mãe da vida e da morte, a senhora que anda entre os mundos, aquela que recebe em seu ventre aqueles que morrem e lhe dá novas vidas junto ao Deus.
Na WICCA os DEUSES não possuem um patamar distinto mesmo que muitos afirmem isso, a Deusa tem o mesmo valor e importância do Deus, eles são a criação, eles são a vida e a morte. Toda celebração verdadeiramente Wiccan precisa celebrar o Deus e a Deusa em igual importância.
Algumas tradições definem que todos os DEUSES conhecidos pelas mitologias e que formam os mais distintos panteões são faces ou estereótipos do Deus e da Deusa, e normalmente vivificam a frase: “Todas as Deusas são A Deusa e todos os DEUSES são O Deus”, tal visão é relativamente válida, porém, entra em conflito direto com aqueles que são politeístas e encaram cada divindade com uma forma, força e poder distinto daqueles presentes em outras divindades, o que não permitiria que uma única divindade fosse todas as outras, mas que na verdade cada uma tivesse seu papel no universo e que o Deus e a Deusa celebrados na WICCA fossem, na verdade, a grande energia cósmica de criação, que está além da idéia de divindades, tornando-se assim “Deuses cósmicos”.
A interação com as diferentes divindades existentes nos panteões é válida dentro da Wicca, mas precisa ser intimamente analisada, e trabalhada por cada grupo ou tradição, pois a verdadeira busca é direcionada à polaridade Deusa Lunar e Deus Solar.
Essa pequena confusão da forma de encarar as divindades ocorre devido a mistura da WICCA com os conceitos pagãos mais antigos de uma celebração politeísta exata, onde cada divindade era uma força e personalidade distinta e onde cada divindade comandava uma área e respondia por algumas atividades específicas. Gardner fundamentou a WICCA num modelo Duoteísta e não puramente politeísta, visto que o duoteísmo é um politeísmo diferenciado. Infelizmente a constante inserção de novos conceitos que não fazem parte da WICCA proposta por Gardner ocasiona esses pontos confusos, e por essa razão é muitíssimo importante que o buscador estude e verifique qual tipo de vivencia ele encontra com os Deuses, para que assim busque uma tradição que trabalhe nesse modelo.
Ressaltando que todos os sistemas têm sua validade dentro de um modelo individual de culto. Entretanto, atenha-se que uma tradição precisa seguir sempre um mesmo modelo de culto, pois se assim não fizer ela perde a sua RAIZ e deixa de ser uma tradição, sendo assim, uma tradição Wiccan precisa ser Duoteísta, celebrar uma Deusa e um Deus, e se assim não o fizer ela não é Wiccan.
Deuses, seres com os quais buscamos o “religare”...
Na WICCA , o envolvimento com os DEUSES ocorre de uma forma muito distinta e harmônica. Para nós os DEUSES nao sao intocáveis, distantes, ou castradores, pelo contrário, eles sao como nós, interagem conosco em todos os campos de nossa vida, conhecem o nosso lado sombras e o nosso lado luz e nos auxiliam a manter o equilíbrio de ambos, sem julgamentos ou condenaçoes, o que acontece é que cada ato tem um peso, e esse peso pode ser bom ou nao para o convívio com os Deuses.
Nós nao tememos os Deuses, nós apenas os respeitamos, nós possuímos cada divindade dentro e fora de nós, por isso, o respeito que temos pelos DEUSES deve ser o mesmo que temos por nossos irmaos. Uma característica marcante dos Wiccanos é sua forma de interagir com os Deuses, nós nao ajoelhamos para falar com eles, nós nao abaixamos a cabeça, ou temos qualquer atitude de submissao, pois nao há necessidade, eles sao nossos pais, criadores, irmaos, amigos, eles sao cada um de nós e o AMOR que temos por eles nos dá total consciencia que o respeito está exatamente em amá-los e cultua-los como parte de nós. Mas uma coisa deve ficar clara, os DEUSES nao sao sempre amáveis e “bonzinhos”, eles fazem o que tem de ser feito, e se os desrespeitarmos iremos sofrer conseqüencias por tais atos, um bom exemplo é invoca-los em um RITUAL por pura brincadeira e sem uma devida necessidade. Outra coisa a ser dita é: “Cuidado com o que voce pede aos Deuses, pois eles podem atender...”. Logo, estudem e conheçam os DEUSES internamente antes de busca-los externamente.
O Deus e sua representação: como caçador-coletor representado por um ser humano com chifres de Alce.

A Deusa e suas três faces: a Virgem ou donzela, a Mãe e a Velha Sábia.
"Para a Wicca, existe um Princípio Criador, que não tem nome e está além de todas as definições. Desse princípio, surgiram as duas grandes polaridades, que deram origem ao Universo e a todas as formas de vida."
O Deus
Um dos princípios da BRUXARIA é a harmonia tanto consigo quanto com o universo. Trabalham com energias masculinas e femininas mesmo sendo uma religião Matrifocal, a Deusa e seu Consorte vivem em total equilíbrio e igualdade, muitas das estatuetas e pinturas rupestres da antiguidade mostravam a Deusa rodeada por Animais completamente masculinos, como leões e veados, outras estatuetas tinham espécies de corpos mórficos, uma mistura do masculino e do feminino em um só ser.

Na maioria dos Mitos o Deus nasce da Deusa depois se torna seu consorte (marido), trazendo à tona a fertilidade, vive em harmonia com ela depois morre seguindo o ciclo da Vida, morte e renascimento. Não somente como o Sol o Deus esta representado em muitas faces na Natureza, principalmente na sua face indomável, que exemplifica a fase do homem como caçador-coletor representado por um ser com aspecto humano, porém com chifres, chifres esses de Alce, mostrando ainda um animal selvagem.

Conforme o Homem foi "domesticando" a TERRA e os animais, esse Deus passou a ser apresentado por corpo Humano, mas com chifres de bode, um animal dócil e domesticável. Mesmo tendo chifres de Bode ainda mantinha em seu ser a força do Deus selvagem dos chifres de Alce, como atesta a natureza do Deus Pã.

Como a Deusa, o Deus também tem muitas faces e muitos nomes, Cernunos (kernunos) descreve bem a face deste Deus selvagem em que acreditavam os Celtas, Dionísio também tem chifres e representa a virilidade, em algumas ocasiões seus chifres são de bode outras de touro, essa imagem de touro como as representações em que Dionísio aparece com serpentes têm ligações com os ritos lunares da Antiga Europa. Sabemos que em algumas tradições Dionísio era consorte de Ártemis, confirmando a sua natureza silvestre. Ao chegar à Itália o culto a Dionísio foi adaptado à vida da nova terra. Quando esse Deus foi atribuído aos vinhedos teve o nome modificado para Baco muitas vezes o Deus Conífero na Itália também recebia um coroa de folhas de Uva, e atrás surgiam seus chifres.

Outra face do Deus é a do Senhor da Colheita - Green Man, aqui encontramos mais uma vez a figura de Dionísio, sendo o único Deus não indo-europeu da Antiga Europa, aqui ele aparece como o Senhor da colheita, tendo uma imagem mais madura, como as sementes depois que o sol brilhante e fervoroso as fez germinar, instiga o verdejar da TERRA após o frio inverno.

As estrelas são pequenos sóis distantes, também associadas ao Deus, como os desertos escaldantes, e as altas montanhas.

Os Símbolos normalmente utilizados para representar ou cultuar o Deus incluem a espada, chifres, a lança, a VELA , a flecha, bastão mágico, o tridente, o punhal, faca ou ATHAME , as cores são o dourado, marrom, azul, verde e amarelo. Os principais Sabats ligados ao Deus é o Yule, que marca o nascimento da Criança da Promessa, em Ostara o Deus se torna um jovem que esta alcançando sua maturidade. A Deusa e o Deus são iguais e unidos.
A Deusa
A Grande Mãe representa a Energia Universal Geradora, o Útero de Toda Criação. É associada aos mistérios da Lua, da Intuição, da Noite, da Escuridão e da Receptividade. É o inconsciente, o lado escuro da mente que deve ser desvendado. A Lua nos mostra sempre uma face nova a cada sete dias, mas nunca morre, representando os mistérios da Vida Eterna.

Na Wicca, a Deusa se mostra com três faces: a Virgem ou donzela, a Mãe e a Velha Sábia, sendo que esta última ficou mais relacionada à BRUXA na Imaginação popular. A Deusa Tríplice mostra os mistérios mais profundos da energia feminina, o poder da menstruação na mulher, e é também a contraparte Feminina presente em todos os homens, tão reprimida pela cultura patriarcal!

A Deusa é a Mãe universal. É fonte da fertilidade, da infinita sabedoria e dos cuidados amorosos. Segundo a Wicca, ela possui três aspectos: a Donzela, a Mãe e a Anciã, que simbolizam as Luas Crescente, Cheia e Minguante. Ela é a um só tempo o campo não arado, a plena colheita e a TERRA dormente, coberta de neve. Ela dá à luz em abundância. Mas, uma vez que a vida é um presente seu, ela a empresta com a promessa da morte.

Esta não representa as trevas e o esquecimento, mas sim um repouso pela fadiga da existência física. É uma existência humana entre duas encarnações. Uma vez que a Deusa é a natureza, toda a natureza, ela é tanto a tentadora como a velha; o tornado e a chuva fresca de primavera; o berço e o túmulo. Porém, apesar de ela ser feita de ambas as naturezas, a WICCA a reverencia como a doadora da fertilidade, do AMOR e da abundância, se bem que seu lado obscuro também é reconhecido.

Nós a vemos na Lua, no silencioso e fluente oceano e no primeiro verdejar da primavera. Ela é a incorporação da fertilidade e do amor. A Deusa é conhecida como a rainha do paraíso, Mãe dos DEUSES que criaram os Deuses, a Fonte Divina, A matriz Universal, A Grande Mãe e incontáveis outros títulos.

Muitos símbolos são utilizados na WICCA para honrá-la, como o caldeirão, a TAÇA , o machado, flores de cinco pétalas, o ESPELHO , colares, conchas do mar, pérolas, prata, esmeralda... Para citar uns poucos. Por governar a Terra, o mar e a Lua, muitas e variadas são suas criaturas. Algumas incluíram o coelho, o urso, a coruja, o gato, o cão, o morcego, o ganso, a vaca, o golfinho, o leão, o cavalo, a corruíra, o escorpião, a aranha e a abelha. Todos são sagrados a Deusa! A Deusa já foi representada como uma caçadora correndo com seus cães de caça; uma deidade celestial caminhando pelos céus; a eterna mãe com o peso da criança; a tecelã de nossas vidas e mortes; uma Anciã caminhando sob o luar buscando os fracos e esquecidos, assim como muitos outros seres. Mas independente de como a vemos, Ela é onipresente, imutável, eterna e assim como o Deus vive dentro e fora de nós.

“Honrai os DEUSES ó filhos da Terra! Honrai a si e aos seus irmãos! Honrai a Natureza que em abundância vos cria e lhes dá sustentação! Que assim seja pela eternidade”. (Dayne Anglius Dosken)

Como qualquer Religiao a WICCA possui festivais. Com a diferença que na Wicca, esses estao intimamente ligados ao que chamamos de “A Roda do Ano”, uma representaçao a nível cosmológico das crenças em um ciclo de nascimento, vida, morte e renascimento. Estas festividades estao também ligadas ao ciclo das colheitas, as fases da Lua e as estaçoes do ano. As principais sao as festividades Solares ligadas astronomicamente aos Solstícios e os Equinócios, no Brasil alguns Wiccanos tem preferencia por praticar a Arte pelo Hemisfério Norte, mesmo estando localizados no Hemisfério Sul.
Hemisfério Sul
SAMHAIN - 30 de ABRIL

YULE - 21 de JUNHO

CANDLEMAS - 1 de AGOSTO

OSTARA - 21 de SETEMBRO

BELTANE - 31 de OUTUBRO

LITHA - 21 de DEZEMBRO

LAMMAS - 2 de FEVEREIRO

MABOM - 21 de MARÇO
Hemisfério Norte
SAMHAIN - 31 de OUTUBRO

YULE - 21 de DEZEMBRO

CANDLEMAS - 2 de FEVEREIRO

OSTARA - 21 de MARÇO

BELTANE - 30 de ABRIL

LITHA - 21 de JUNHO

LAMMAS - 1o de AGOSTO

MABOM - 21 de SETEMBRO
Cada tradiçao na WICCA faz seus próprios ritos, dizer quais sao certos nao cabe a mim, até porque muitos se identificam com a WICCA pela liberdade e principalmente por poder realizar o que quiser e como quiser individualmente (todos recebemos os conselhos, seguirmos depende de cada um de nós), a maioria segue os RITUAIS normais sazonais e praticam sozinhos e livremente seus feitiços e RITUAIS próprios.


.: 1. LUA NEGRA – A Transformaçao

.: 2. LUA NOVA - A Criaçao

.: 3. LUA CRESCENTE - O Amadurecimento

.: 4. LUA CHEIA – A Força

.: 5. LUA MINGUANTE – A Morte

A WICCA é uma Religiao de equilíbrio e suas práticas religiosas seguem esse princípio com festejos Solares, expressos nos Sabaths, e com celebraçoes Lunares, expressas nos Esbaths. Cada período lunar corresponde a uma face/característica da Deusa, assim como cada período solar corresponde a uma face/característica do Deus. Sendo que em ambas as práticas os DEUSES sao celebrados em igualdade, apenas simbolicamente os Esbbaths correspondem a Deusa e os Sabbaths ao Deus.

O período Lunar começa logo após a Lua Negra, com a chegada da Lua Nova, a primeira representa o aspecto de transformaçao/morte da Deusa, onde ela é vista em sua Face de Ancia, já a segunda representa o aspecto de inovaçao/nascimento da Deusa, e ela aparece em sua face de Jovem donzela. Após a Lua Nova a Deusa começa a amadurecer, percorrendo o período da Lua Crescente como uma Donzela em busca de sua fertilidade e força, as quais ela conquista no plenilúnio da Lua cheia onde ela torna-se Mae. Depois ela começa a caminhar introspectiva pela Lua Minguante para torna-se a sábia Ancia que morre na Lua Negra, para retornar na Nova em um ciclo continuo de vida, morte e renascimento.

As influencias energéticas provocadas pelo Magnetismo Lunar, que podem ser percebidas nas marés e ressacas, na menstruaçao das femeas sao uma conseqüencia direta desse ciclo de transmutaçao que ocorre em cada fase da Lua, e os Bruxos e BRUXAS , conscientes dessa influencia interna e externa, celebram há milenios tais mudanças, que hoje na WICCA sao chamadas de Esbaths

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