Tuesday

Alegria ou Tristeza?

Chove muito. Talvez em excesso. Frio também. A saudade, que esfria, é a mesma que esquenta, que alimenta. Os braços, longos, inventam abraços. Não, não inventam, antecipam. E, por isso, conseguem sustentar o peso do mundo, a solidão do frio. É difícil definir o que carrego no peito.


Um amontoado de pessoas que se apertam e se ajeitam, fazendo morada. Um riso com lágrimas nos olhos. Um tanto e um tico de alegria e tristeza. Uma incompletude que me impulsiona a dar passos grandes, mesmo que na ponta dos pés. Provo gostos novos, mas me falta o tempero da mamãe. Quero uma janela maior, onde eu possa mirar longe ao fim do dia, certa do amanhã. O coração, antes adormecido, se preenche do novo e do íntegro, aí, sou pequena e sublime. Precisava mesmo de ares novos, mas o pulmão sente falta da proteção dos ares das montanhas, que também limitam. Teço, pouco a pouco, uma Thaís que é dona de mim. Sempre seguida de Fernandes Palhares, sim senhor. São tristes as alegrias que não podem ser compartilhadas; mas são guardadas, se enchem de prováveis alegrias, num brinde junto aos meus. Acredito que, de novo, há pelo que esperar. Seja pelo sol, pelas estrelas, por mim. No momento, na garoa que faz o dia anoitecer mais cedo, me abrigo no guarda chuva. Mas, maliciosamente, deixo que a água molhe minhas mãos, abertas, que acenam para os dias que chegam...

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