Sunday

Uma Simples Carta Sem Destino.

Sinto saudades, não sei de quem, mais sei que sinto. Saudades de quando sorria, quando sentia que estava amar, saudades de ouvir aquela voz que hoje perdeu-se no vazio e que o meu coração esqueceu. Saudades de sentar-me numa noite de Verão e escrever palavras de amor para quem com o tempo esqueci e que mais ninguém tomou o seu lugar. As noites de Verão sucedem-se, as palavras de amor perderam-se, dando lugar a palavras repletas de saudade, porque é o que neste momento eu sinto. Queria ouvir, um simples “está tudo bem” e acreditar que realmente está tudo bem. Queria ouvir “juntos vamos vencer, vais ver que tudo vai correr bem” e mais uma vez acreditar que assim seria, não importando se a boca que dizia cada frase, fosse ou não de quem eu conheço, apenas queria ouvir e encontrar uma razão ou mil razões para vencer, uma vez mais vencer. Entre o sim e o não, o viver ou simplesmente deixar-me ir, chegou o momento de decidir. Mesmo que por antecipação já soubesse a tua resposta, queria ouvir, quem continua a tardar em aparecer. Não percebes que o meu tempo, o nosso tempo pode simplesmente acabar e não quero antes que isso aconteça, sejas alguém que não tive a oportunidade de conhecer ou se conheço, refugias-te por entre sombras onde eu não te possa encontrar. Nem mil palavras ou mil procuras, foram suficientes para encontrar-te ou fazer-te ficar perto de mim. Mesmo que um dia tivesse dito que tinha o amor suficiente para te dar, mesmo assim quiseste muito mais. Hoje continuo a ter o mesmo amor em dose suficiente, um amor diferente, eu sei e podes até acha-lo um pouco estranho diante daquilo que eu te apresente, mas deixa que te dê a conhecer este amor que há muito espera por ti e tu insistes em não aparecer, o teu lugar continua por ocupar e nesta luta entre o sim e o não, espero por ti. Esta alma a ti se remete num envelope perfumado com flores da natureza, onde todas as palavras e sonhos criam asas dando vazão ao momento. Sinto o teu riso, o teu medo, a tua candura quando a carta tu abres e lês, quando os teus olhos de anjo por um segundo param e observam. Na fragilidade do meu ser, não consigo ver onde tu paraste e por um instante levo-te agora a voar comigo no infinito azul, na leveza dos sentidos. Sinto agora que em segredo guardas a carta e eu embrulhado na meia-luz despeço-me de ti e nas mãos onde a tua sombra tocou-me levo o teu cheiro de anjo onde o meu corpo, cheio de desejos no tempo espera por ti...

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